Especial QUARENTENA – Quando bate o arrependimento.

O post de hoje é mais uma reflexão misturado com uma crônica do que uma dica sobre algo técnico. Eu tenho refletido muito sobre como vejo as pessoas lidarem com suas casas neste período, existe muito arrependimento, e foi isto que me levou a escrever o primeiro post deste especial.

Quando é possível o processo de reavaliar, reaproveitar e resinificar, é muito bom, porém, em algumas situações tal processo não é possível.

Este post está dividido em duas partes: a primeira diz respeito à pessoas que por algum motivo tomaram a decisão oposta de seus desejos; a segunda é sobre habitação mínima.

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Nesses tempos de isolamento, sei que muitos olham para suas casas e o olho acaba por se fixar justamente naqueles detalhes que mais incomodam, e que você sabe que poderia ser diferente. Mas, que por algum motivo, você abriu mão do que desejava, ao menos naquele momento, e optou por fazer outra coisas que não era lá do seu agrado.

Podem ser detalhes bobos, como a cor do armário, que você queria uma determinada cor, mas como já tinha gasto muito, optou por outra cor que te causa aborrecimento, ou até mesmo problemas mais sérios como a lâmpada que você comprou mas não ilumina o suficiente. Pode ser também aquele detalhe que você tanto queria, mas você fez a burrada de mostrar seu projeto para seus parentes invejosos e fofoqueiros, e então de tanto pitaco, você acabou fazendo o que eles queriam.

Eu preso muito pela alegria no morar, que meus clientes tenham o que desejam e fiquem satisfeitos, porque sei como pode doer você não se valorizar não dando valor as suas necessidades e desejos na sua própria casa.

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E aqui já deixo a dica para quem pensa em construir ou reformar: valorize-se, valorize seus desejos, suas necessidades, suas necessidades. É como sempre digo, no final final mesmo, quem vai ter que viver naquele espaço é você.

Uma segunda coisa que sei que têm feito muita gente se arrepender é de ter comprado um espaço mínimo. Já falei com pessoas que estão irritadas por não poder se exercitar em casa ou ao menos ter um espaço maior para poder andar.

Quem faz parte do meu círculo mais íntimo de amizades já sabe o quanto eu desgosto dos últimos programas habitacionais em nosso país, e o principal motivo para isto é que tais programas promovem a miséria em termos de dignidade humana no habitar.

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Me perdoem, mas vou corrigir uma coisinha aqui: não existem programas habitacionais no Brasil, o que me aborrece é como eles tratam o morar como moeda de troca. O programa Minha Casa Minha Vida NÃO É UM PROGRAMA HABITACIONAL, é um programa de incentivo para geração de emprego. É surreal!

Eles não se preocupam com a qualidade, e temos muitos exemplos desastrosos por todo país, submetem a população a morar em casas que já nascem com patologias sérias, prejudicando a saúde de seus habitantes e em alguns casos colocando vidas em jogo.

Essa habitação mínima, vendida como algo prático para quem passa mais tempo fora de casa do que dentro, para quem vai para casa apenas para dormir, é ultrajante, vergonhosa, cujo valor não corresponde ao preço.

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Percebo que muitas pessoas acabam optando por esses tipos de moradia não por ser o seu desejo, mas porque estas mínimas habitações causaram um efeito danoso no mercado imobiliário, além da grande alta nos preços de imóveis, não se pensa mais no conforto espacial. Só se encontram casas e apartamentos com ambientes mais espaçosos se foram construções mais velhas, já que até mesmo imóveis de alto padrão feitos de uns anos para cá, são todos bem apertados, se a área é maior é sinal de que há um cômodo apertado a mais.

Me incomoda demais ver pessoas insatisfeitas como lugar que moram, principalmente porque já senti isto na pele.

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Dito tudo isto, o que deixo de mensagem é que não vale a pena todo o desgaste, estresse e nervoso com detalhes com os quais não estão de acordo ou com um local muito apertado. Respire fundo, pensei em como mudar o ambiente ou de ambiente. Provavelmente muitos precisarão ser financeiramente viáveis, por isto, desde já é interessante que você busque maneiras de ganhar mais, juntas mais e fazer do dinheiro render mais também, para que assim, você consiga se livrar desta situação aborrecedora.

Estou a disposição para maiores dúvidas, desabafos e afins.

E não se esqueça: vai construir ou reformar? Procure um profissional que te valorize, procure um arquiteto!

 

 

Publicado por gablanzetta

Arquiteta e urbanista, monitora, apaixonada, sonhadora, viciada em Disney e amante de livros.

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